Organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe), a manifestação, que foi convocada com o mote “0% de reajuste não dá”, reuniu cerca de 10 mil pessoas. Integrada a um calendário nacional de mobilizações, a marcha acontece às vésperas de uma nova negociação das entidades representativas junto ao Governo Federal.
As/os servidores federais acumulam perdas salariais de até 25% entre 2016 e o final de 2023. Este período, que corresponde aos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), foi marcado pelo aprofundamento da crise econômica e pela crise sanitária da Covid-19, apresentando profundos impactos nos índices socioeconômicos. Além disso, por conta dos sequenciais cortes na educação, na ciência e na tecnologia, houve uma drástica redução no orçamento das instituições federais, impactando na qualidade do ensino, e no financiamento de pesquisas e projetos de extensão universitária.
O atual governo, de Lula da Silva (PT), prometeu um reajuste que está abaixo daquilo que tem sido calculado pelas entidades representativas das servidoras. Enquanto o Fonasefe reivindica um reajuste salarial de 22%, dividido em três parcelas para 2024, 2025 e 2026, o Governo Federal insiste na proposta de duas parcelas de 4,5% para 2025 e 2026, com um pequeno aumento do valor de alguns dos benefícios que atualmente são concedidos.
Conforme repercutido na mídia sindical, além da marcha, as/os manifestantes também realizaram aulas públicas com o tema do orçamento público e investimentos na educação. Ademais, foram realizadas conversas no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
O prof. Luiz Bezerra Neto, vinculado ao Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH), participou da manifestação e das atividades em Brasília por meio da caravana que foi organizada pelo Comitê Multicampi de Lutas, formado pelas quatro entidades que representam a comunidade da UFSCar. O docente ressaltou que ficou impressionado com a mobilização dos servidores federais da educação. “Em nível nacional a mobilização está forte, crescendo cada vez mais. A greve é para recompor o aumento salarial dos servidores federais e pautar o orçamento público para a educação. É uma greve que está disputando o destino do orçamento público”.