Nilsônia Marmo trabalhou durante 18 anos na ADUFSCar. Hoje aposentada, a ex-secretária recorda com muito carinho de tudo que viveu no Sindicato e, principalmente, os desafios dos primeiros anos da então Associação.
Jornal ADUFSCar: Você trabalhou por 18 anos como secretária da ADUFSCar. Como a ADUFSCar entrou e o que significa em sua vida?
A ADUFSCar entrou na minha vida logo cedo, em um período de iniciação da minha vida profissional. Comecei a trabalhar no Sindicato em março de 1978, por meio de um processo seletivo. A ADUFSCar significou um excelente período da minha vida.
Jornal ADUFSCar: Quem era a Nilsônia naquela época? Família, carreira, sonhos?
A Nilsônia daquela época era e é até hoje encantada com o mundo da educação. Ter trabalhado na ADUFSCar me fez ver que escolhi o lado certo da vida. Constituí minha família nesse período. O meu grande sonho era poder dar uma educação para os meus filhos, formação acadêmica, moral, ética e de muita responsabilidade social. A ADUFSCar veio a preencher essas condições de aprendizado.
Jornal ADUFSCar: Você chegou na segunda diretoria da ADUFSCar, no início dos anos 80. Como foi aquele início?
Entrei na segunda Diretoria e o presidente era o prof. Newton Lima. No início, temerosa, não sabia se daria conta do recado, pois vinha de atividade profissional totalmente diferente. Tudo era muito novo na minha vida. Fui me relacionando com pessoas que tinham ideais socialmente humano e igualitário e que vinha ao encontro com meus pensamentos. Isso foi um dos motivos que me incentivou a dedicação do meu trabalho para a então Associação. A ADUFSCar para mim era como uma família. Nessa época a entidade tinha em torno de 550 associados e isso era maioria absoluta de docentes filiados. A Diretoria era composta por 6 diretores; tinha um Conselho de Representantes, sendo 2 representantes de cada departamento, ou seja, tinha contato com todos os departamentos, conhecendo assim a maioria dos docentes da época.
Jornal ADUFSCar: Quais as primeiras discussões, as primeiras conquistas?
Tinham discussões políticas como as reuniões da Diretoria, do Conselho de Representantes, as Assembleias. Na época de greve, ocorriam as assembleias conjuntas (docentes, funcionários e alunos) para se discutir as reivindicações a nível nacional e assim, era definido um/a delegado/a e se formava um Comando Geral de Greve em Brasília. A comunicação era feita por telex, depois fax, tudo muito mais difícil e demorado (risos). Era uma ADUFSCar que estava se estruturando, atuante, participativa e aconchegante com seus docentes. Tínhamos uma sede com cafezinho e jornais diários, sem esquecer dos happy hours nas sextas-feiras, onde os docentes se reuniam com frequência.
A ADUFSCar sempre foi pioneira nas lutas pela categoria. No período das greves o trabalho era dobrado e tenso, mas, com o comprometimento, engajamento de toda a equipe de funcionários tudo isso se tornava empolgante e de um aprendizado ímpar.
As assembleias para discussões dos problemas envolvidos à época eram democráticas, com debates acirrados e quando chegava em uma deliberação aprovada pela maioria, então vinha a divulgação dos assuntos aprovados. Aí eram elaborados os comunicados, e dá-lhe comunicados (risos), naquela época não tinha rede social e eram distribuídos um a um em cada escaninho de docente. Me sinto honrada de fazer parte da equipe que trabalhou, lutou para a melhoria da categoria, como a elaboração do Plano de Carreira dos Docentes das Universidades, que foi muito importante, assim como outras campanhas trabalhadas; e acima de tudo, para uma Universidade pública, gratuita e de qualidade.
Por fim, gostaria de agradecer muito essa oportunidade que a atual Diretoria me proporcionou. A ADUFSCar me trouxe vários amigos e várias amigas que levo para minha vida e família. Muitos deles considero, sem sombra de dúvida, verdadeiros irmãos e irmãs que mantenho até hoje! Obrigada, ADUFSCar, por ter feito parte da minha vida!
Jornal ADUFSCar | Edição 5 – Março de 2023