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Manifesto da Diretoria da ADUFSCar – Segundo turno em 2022: o momento exige coragem! 

Manifesto da Diretoria da ADUFSCar – Segundo turno em 2022: o momento exige coragem! 

Posicionamento da Diretoria da ADUFSCar, enviado aos associados para subsidiar a discussão e a deliberação a ser tomada na Assembleia Geral que se realizará no dia 13/10/2022.

 

Neste segundo turno das eleições no Brasil, que ocorre em 30 de outubro, será eleito o presidente da república dos próximos quatro anos, bem como, no estado de São Paulo, o próximo governador. Esse processo está acontecendo sob forte impacto da polarização que o país vivencia, com incidência de eventos de violência e ameaças que evidenciam a deterioração dos valores republicanos democráticos.

O governo Bolsonaro foi o principal indutor dessa grave situação, divulgando notícias falsas e disseminando desinformação e discursos de ódio ao longo desses quase quatro anos. As inverdades de Bolsonaro e seu governo foram construídas para ajudá-lo na implementação da agenda neoliberal na economia (flexibilização das relações de trabalho, apoio irrestrito ao agronegócio, desregulamentação da legislação ambiental, tentativa de aprovação da PEC-32, dentre outras medidas) e no desmonte das políticas públicas de proteção social e eliminação da pobreza. Ademais, o falso moralismo da insígnia “Deus, família e pátria”, tem justificado uma série de medidas contrárias à construção de um país democrático, justo, igualitário e inclusivo, que seja para todos e todas. Essa pauta religiosa e moralista tem justificado a implementação de políticas antidemocráticas e reacionárias, como a ampliação das escolas cívico-militares, o ataque às artes e à ciência (fim do ministério da cultura, cortes nos gastos com ciência e tecnologia, cortes na educação), a eliminação de programas e materiais informativos sobre a saúde das mulheres e adolescentes, etc. Também foi criminosa a forma como o governo tratou a pandemia da COVID-19, adotando uma postura negacionista, minimizando sua gravidade, disseminando imagens e falas de escárnio com as vítimas, incentivando o uso de medicamentos cuja ineficácia já foi comprovada, conduzindo com descaso a compra de vacinas. Na área ambiental, o governo deixou “passar a boiada”, o que tem levado à aceleração da devastação da Amazônia e do Cerrado, ao incentivo a crimes ambientais de toda ordem e à ação violenta contra ambientalistas e protetores da natureza. O desemprego e o desamparo das políticas sociais levou ao aumento da desigualdade social: 58,7% das/os brasileiras/os convive com a fome em algum grau (moderado ou grave), em apenas seis de cada dez domicílios se consegue manter acesso pleno à alimentação das pessoas e o Brasil retornou ao Mapa da Fome. A Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos do DIEESE, realizada em setembro, mostrou, com base na cesta mais cara (que é a de São Paulo, no valor de R$ 750,74), que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.306,97, ou seja, 5,2 vezes maior do que o atual, que é de R$ 1.212,00. Os servidores públicos federais estão sem aumento salarial há cinco anos e o governo se negou, em diversas ocasiões, a abrir negociação com as entidades nacionais; as perdas salariais são da ordem de 50% para a categoria docente.No âmbito da educação superior e da técnica e tecnológica, os sucessivos anúncios de cortes nos orçamentos do MEC, da CAPES, do CNPq e da FINEP, que comprometem de modo decisivo o funcionamento e as atividades das Universidades e Institutos Federais, se somam à aprovação do chamado “orçamento secreto” (um mecanismo que já está produzindo denúncias país adentro) e comprovam o caráter destrutivo, antirrepublicano, corrupto e reacionário deste governo. Atacando a autonomia universitária e desrespeitando os processos internos de escolha de dirigentes, o governo nomeou mais de 25 reitores/as que não foram os primeiros nomes indicados nas listas tríplices encaminhadas.

Apesar desses tantos descalabros, no 1º turno das eleições, o desempenho nas urnas do atual presidente e de seu candidato ao governo do estado de São Paulo foi muito maior do que previram as pesquisas realizadas antes do pleito. Com 43% dos votos válidos, contra os 48% do ex presidente Lula, Bolsonaro chega ao 2º turno com mais fôlego do que se previa, o que faz com que, agora, esteja recebendo apoios de peso, como os dos atuais governadores do MG (reeleito, inclusive), RJ e SP. Em São Paulo, o cenário de mais de 42% de votos em Tarcísio de Freitas, contra os quase 36% de Fernando Haddad, nos coloca diante do fim de um longo período de domínio peessedebista no estado, mas da possibilidade de sua substituição por um projeto ainda pior.

Os sindicatos e centrais ou federações sindicais, como entidades que agregam trabalhadores/as, devem sempre primar pela possibilidade de que sejam consideradas e debatidas todas as posições políticas que porventura se manifestem pelos/as seus/uas associados/as e, por isso, a opção por uma determinada candidatura em qualquer processo eleitoral não é, em geral, o melhor caminho. No entanto, considerando especificamente a conjuntura em que o Brasil se encontra nisto que caracterizamos como uma disputa entre civilização ou barbárie, entre democracia ou autoritarismo, entre possibilidade de luta ou repressão, a diretoria da ADUFSCar avalia que é necessário um posicionamento direto sobre o que defenderemos neste segundo turno das eleições. Nesse sentido, encaminharemos na Assembleia Geral de nossa categoria, a ser realizada de modo virtual no dia 13 de outubro, às 17h, a proposta de apoio da nossa entidade à candidatura de Lula para presidência da república e de Fernando Haddad para o governo do estado de São Paulo.

Embora a escolha do governador possa parecer uma questão secundária para as IFES, não podemos ignorar o papel central exercido pela FAPESP há décadas no fomento da Ciência e Tecnologia no Estado de São Paulo, havendo grave risco de ingerência nessa instituição em caso de vitória do candidato fantoche do governo Bolsonaro, conforme ele mesmo já declarou no último debate entre os candidatos a governador antes do primeiro turno.

O que está em jogo, neste momento, é caro demais para toda a população do Brasil: é a própria possibilidade de seguirmos existindo, enquanto Universidade/Instituto Federal, enquanto sindicato. A ADUFSCar deve se posicionar clara e firmemente contra o projeto de destruição que está em curso.

 

Diretoria da ADUFSCar – Biênio 2021-2023

 

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