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Em Aula Magna, Comitê Multicampi da UFSCar reafirma luta em defesa da democracia

Em Aula Magna, Comitê Multicampi da UFSCar reafirma luta em defesa da democracia

Na tarde da última sexta-feira (06), o Comitê Multicampi de Lutas, composto pelas quatro entidades representativas das categorias da UFSCar: ADUFSCar, SINTUFSCar, APG UFSCar e DCE Livre UFSCar, participou da Aula Magna com o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, realizada na Praça da Ciência (Área Norte do Campus São Carlos). O tema da aula, que abriu o segundo semestre de 2023 foi “Vida universitária como oportunidade de encontro e formação na diversidade, contra a violência e pela equidade”.

Após a Aula do ministro, o Comitê Multicampi de Lutas teve espaço para uma fala e na voz de estudante Juliana ( DCE Livre ) fez um chamamento a toda comunidade universitária, à gestão da UFSCar e ao governo federal pela defesa do direito de organização e manifestação política, pela defesa dos movimentos sociais, estudantis e sindicais, que são fundamentais na luta pelos direitos do povo, da classe trabalhadora, dos negros e negras, das mulheres, da população LGBTQIAPN+, das pessoas com deficiência.
As entidades foram representadas por Juliana (DCE), Marcelo (APG), Fernanda Castelano Rodrigues (ADUFSCar) e Doni Silva (SINTUFSCar).

A Aula Magna também marcou o lançamento da campanha institucional da UFSCar contra a violência “Discriminação não cabe na UFSCar. Aprenda, Ensine: violência é crime”, realizada pela Reitoria, Secretaria Geral de Ações Afirmativa, Diversidade e Equidade (SAADE), Núcleo de Apoio à Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (NAIIPE), Assessoria de Comunicação da Reitoria e Coordenadoria de Comunicação Social (CCS).

 

Confira abaixo a íntegra da manifestação do Comitê Multicampi de Lutas:

“Gostaria de começar desejando as boas-vindas a todes nesse novo semestre que se inicia aqui na nossa universidade. Falo aqui em nome do Comitê Multicampi de Lutas, composto pelas quatro entidades representativas das categorias da UFSCar: ADUFSCar, SINTUFSCar, APG UFSCar e DCE Livre UFSCar.

Primeiro, gostaria de cumprimentar o Ministro Silvio Almeida e dizer que sua presença é uma honra e uma inspiração para estudantes, pesquisadores, servidores técnico-administrativos e docentes da nossa Universidade.

Teríamos muitos temas para abordar aqui nesta fala pelas entidades, mas vamos destacar apenas dois entre tantos: a luta pelo Estado Democrático de Direito e pela democracia nas Universidades e Institutos Federais e a luta antifascista e antirracista, em especial em defesa da juventude e da população negra.

Não podemos mais admitir intervenções na escolha de reitoras/es, é direito das comunidades universitárias escolherem seus dirigentes. Temos que garantir a autonomia da comunidade acadêmica em cada localidade para discutirem os rumos das políticas e de seu cotidiano.

Também não podemos mais tolerar a judicialização e a criminalização de movimentos sociais, estudantis e sindicais; em 2018, 7 estudantes da UFSCar foram processados pela antiga gestão da reitoria e condenados por uma ocupação enquanto lutavam contra o aumento abusivo no valor das refeições do Restaurante Universitário; atualmente, seis professores, dirigentes da ADUFSCar, respondem a processos judiciais como pessoas físicas, processos que querem reverter decisões tomadas em assembleia pela categoria docente.

Nosso Comitê Multicampi de Lutas faz um chamamento a toda a comunidade universitária, à gestão da UFSCar e ao governo federal pela defesa do direito de organização e manifestação política, pela defesa dos movimentos sociais, estudantis e sindicais, que são fundamentais na luta pelos direitos do povo, da classe trabalhadora, dos negros e negras, das mulheres, da população LGBTQIAPN+, das pessoas com deficiência.

Nessa semana recebemos estarrecides a notícia do ataque de um docente da UNICAMP ao estudante Gustavo Bispo, estudante negro, LGBT e diretor do DCE, no âmbito da paralisação que marcava a luta contra a precarização dos serviços públicos e contra o projeto de privatização do governo Tarcísio no Estado de São Paulo. Não podemos aceitar esse tipo de violência nem dentro e nem fora das universidades, que vai contra a luta política por direitos.

Da mesma forma, também não podemos aceitar que a juventude negra continue sendo aniquilada pela polícia militar. Temos hoje uma proposta de privatização dos presídios sendo colocada em pauta, em um país onde temos uma das maiores populações carcerárias em todo o mundo. Quem é mais afetado por isso é a juventude negra e periférica, que é criminalizada e encarcerada em massa, como se não fossem pessoas… A privatização faz parte de um projeto neoliberal de estado mínimo.

O projeto privatista nos entrega serviços de baixa qualidade, provoca a precarização das condições de trabalho e a desumanização da nossa classe. Por isso também estamos apoiando o Plebiscito Popular contra as privatizações do Metro, da Sabesp e da CPTM em São Paulo.

Não podemos deixar de repudiar a execução dos três médicos, entre eles o irmão da deputada Sâmia Bomfim do PSOL, dois dias atrás, e exigir investigação série e comprometida com a verdade.

E lembramos que ainda esperamos também justiça pelo assassinato de Marielle Franco.

Sempre na defesa dos direitos, trazemos também a questão da urgente expansão dos programas de cotas raciais e sociais dentro das universidades públicas, não apenas nos cursos da graduação, mas também na pós e para servidores TAs e docentes, garantindo que as nossas universidades tenham a cara do nosso povo, diverso e plural.

Ademais, garantir um ensino, pesquisa e extensão de qualidade socialmente referenciada deve ir muito além da garantia do acesso à universidade para as parcelas da população mais precarizadas em nosso país, temos que garantir que o PNAES seja lei.

Se possível, gostaríamos que o Silvio comentasse um pouco sobre esses pontos que trazemos e que consideramos importantes para a nossa atual conjuntura política.

Por fim, o Comitê Multicampi de Lutas reafirma que defendemos uma universidade pública, gratuita, laica, popular, antirracista, antifascista, feminista, diversa, inclusiva e socialmente referenciada! “

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