Chapa 1 – Wilson Alves Bezerra: A primeira coisa a ser dita é que a tarefa maior é construir a continuidade entre a seção sindical local e o sindicato nacional. ADUFSCar é ANDES não é slogan, é princípio e forma de atuação. A ADUFSCar vive uma etapa fértil politicamente, com seu retorno ao ANDES. A ideia-força da chapa 1, ANDES pela Base – Diversidade e Lutas, parte do princípio de que o sindicato se faz primordialmente na força de articulação e atuação de cada seção sindical com o sindicato nacional. A formulação das estratégias vai ocorrer não a partir de uma direção do Sindicato Nacional, mas da efetiva participação de colegas docentes nos Comitês Locais e nos GTs. A categoria atuante localmente e politizada contribui para um sindicato nacional atuante. Como parte da chapa 1, vou contribuir para que o diálogo, a escuta e a ação se deem também do lado do Sindicato Nacional.

Chapa 2 – Marcio Peron Franco de Godoy e Luiz Bezerra Neto: Precisamos reconhecer que a reativação da Seção Sindical do ANDES foi uma decisão democrática tomada com ampla discussão na comunidade. O ANDES possui uma ampla representatividade na categoria, garantindo uma interlocução mais apropriada, do ponto de vista nacional, para as questões cotidianas do trabalho, da carreira e dos direitos docentes. Nossa candidatura propõe que estas discussões sejam levantadas a partir da base, sem tabus ou sectarismo, abrindo espaço para contribuições e construções coletivas que mirem principalmente nas demandas da categoria, sem perder de vista outras lutas das quais possuímos posição estratégica. Para isso, o ANDES deve deixar de ser um “sindicato de lutadores” (de uma pequena vanguarda) e tornar-se verdadeiramente um sindicato de todas e todos.

Chapa 3 – Profa. Ana Luiza Pereira Barbosa: O efetivo retorno da ADUFSCar como seção do ANDES-SN está viabilizando a retomada de debates a partir de uma perspectiva de um sindicato nacional e vai novamente permitir ações judiciais coletivas. É um avanço em relação ao modelo de federação vigente até 2023, que se mostrou inviável para enfrentar os ataques que as universidades têm sofrido e que demandam respostas mais unitárias com outras seções sindicais e categorias de servidores públicos de todo o Brasil. E é nesse novo contexto que a Chapa 3 pretende potencializar reflexões e experiências locais e articulá-las com a luta pela maior valorização do regime dedicação exclusiva, carreira única em todas as instituição de ensino superior, valorização do tempo de serviço, formação continuada, execução de planos de trabalho aprovados entre pares, paridade entre ativos e aposentados, recomposição do poder de compra e luta pela revisão geral anual dos salários.

Chapa 4 – Aldenor da Silva Ferreira e Márcia Richtielle da Silva: A CHAPA 4 quer um ANDES mais próximo das AD e conectado às demandas reais da nossa categoria. É preciso resgatar o papel das assembleias como espaços democráticos de construção coletiva. O esvaziamento desses espaços e a baixa participação nas eleições do ANDES refletem o distanciamento atual. Nossa proposta é investir em comunicação, escuta e mobilização contínuas, fortalecendo a base. Só com participação ampla teremos força para valorizar a carreira docente e defender nossos direitos. Lutamos por reenquadramento de aposentados e Previdência integral, igualdade de gênero, combate ao racismo institucional e por maior número de docentes negros/as nas universidades. Queremos um sindicato sistêmico, enraizado nas lutas sociais e alinhado às necessidades de quem constrói o dia a dia das universidades. Conheça mais propostas nos nossos canais!

JA: A partir da sua candidatura à eleição do ANDES, de que forma a construção de pautas locais levantadas na ADUFSCar podem contribuir com as ações do Sindicato Nacional e fortalecimento do movimento docente?

Chapa 1 – Wilson Alves Bezerra: A reincorporação da ADUFSCar ao ANDES já tem trazido efeitos importantes para a vida sindical na UFSCar e tem promovido uma maior simbiose entre as pautas e lutas locais e as nacionais. Entendo que a relação de mão dupla entre a seção local e o sindicato nacional é benéfica para ambas as instâncias: ao levarmos nossas demandas aos CONADs, encontros nacionais e reuniões de GTs do ANDES não apenas construímos o sindicato nacionalmente, como no debate obtemos subsídios para potencializar a ação local. Concretamente, na Regional São Paulo, buscarei garantir tanto que as demandas locais das seções sindicais paulistas possam se fazer presentes no debate nacional quanto trazer para a realidade local as articulações que se fazem nacionalmente. Com uma estadual forte e atuante, o diálogo será mais efetivo.

Chapa 2 – Marcio Peron Franco de Godoy e Luiz Bezerra Neto: A ADUFSCar possui uma força que agora é potencializada com a reativação de sua seção sindical. Para que isto seja efetivado, é preciso compreender a necessidade de ocupar os espaços de discussão, deliberação e ações no ANDES, para que as lutas locais sejam levadas adiante. Apenas conversas de corredor ou no café não alteram o status quo, não possuem capacidade de serem ouvidas e desenvolvidas para uma efetiva reivindicação. Para trazer a discussão ao sindicato é necessário, dentre outras coisas, humanizar os eventos sindicais como assembleias ou mesas, tal como a ADUFSCar fez nas últimas gestões, estabelecendo tetos de horário, por exemplo. A chapa 2- Renova Andes reconhece o protagonismo de nossa base com dois representantes em SP, que com atuações nas áreas de Humanas e Exatas, complementam-se e comprometem-se no papel de interlocutores locais acessíveis a sua comunidade.

Chapa 3 – Profa. Ana Luiza Pereira Barbosa: A Chapa 3 está devidamente sintonizada com as pautas locais na UFSCAR que foram discutidas nas assembleias gerais, principalmente no último período de greve docente. E agora, novamente como parte de um sindicato nacional, essas pautas serão apresentadas nos eventos nacionais do ANDES-SN. Por outro lado, as pautas locais de outras seções e as demandas relacionadas aos diferentes tipos de carreiras também serão objeto de debates mais qualificados na ADUFSCar. Nossa tese é que as pautas locais são essencialmente no mesmo rumo, e por isso é imprescindível que as lutas sejam nacionalizadas. Neste momento é imprescindível lutar pelo cumprimento de todos os acordos de greve e o enfrentamento do novo arcabouço fiscal do Governo Lula/ Alckimin, que está sufocando os serviços públicos.

Chapa 4 – Aldenor da Silva Ferreira e Márcia Richtielle da Silva: Dentre as pautas locais levantadas pela ADUFSCar, destacamos o Comitê de Aposentados, engajado na luta pela paridade e reposicionamento dos aposentados, as Rodas de Mulheres, e o recém-aprovado Comitê Antirracista – uma conquista coletiva que visa articular ações de enfrentamento ao racismo e de reivindicação dos direitos da comunidade negra da UFSCar. Essas iniciativas, são apoiadas e podem ser fortalecidas pela CHAPA 4, enquanto Sindicato Nacional, pois representam contribuições fundamentais para o movimento docente nacional. O ANDES, enquanto sindicato com ampla capacidade organizativa e recursos significativos, precisa garantir espaços reais de escuta e debate sobre essas temáticas em seus Congressos, GTs, CONAD e demais instâncias deliberativas. Levar essas experiências locais para o plano nacional é essencial para construir um sindicato verdadeiramente plural e combativo.

As entrevistas com as Chapas 1, 2 e 3 foram publicadas na edição de Abril do Jornal ADUFSCar, contudo, após a decisão judicial que reestabeleceu a chapa 4 na eleição, inserimos neste Informe a entrevista com a/o candidata/o da chapa 4.