Em Brasília, Governo Federal se pronuncia sobre a recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Na UFSCar, a sexta semana da greve docente se inicia com mobilizações dentro e fora dos campi. Confira.
Recomposição do orçamento das IES
Na manhã de ontem (10), o Governo Federal sinalizou para as/os Reitoras/es das IFES que serão liberados recursos para custeio e investimento, além de um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para reformas e construção de novos campi. O montante previsto totaliza R$ 5,5 bilhões. Conforme repercutido na mídia, desse valor, R$ 1,5 bilhão será destinado para hospitais universitários, e R$ 4,02 bilhões serão divididos entre as instituições, sendo que R$ 3,75 bilhões deverão ser destinados às obras estruturais, como salas de aula e laboratórios. Ademais, outros R$ 600 milhões serão voltados à expansão universitária, com a construção de dez novos campi espalhados por todas as regiões do país, e R$ 250 milhões para construção de oito novos hospitais e 37 obras em estruturas hospitalares.
Essa sinalização é um avanço, diante da ausência de políticas no ensino superior até o presente momento. No entanto, ainda não alcança a totalidade das reivindicações que são feitas pelo movimento nacional de greve da educação federal, composto por docentes, servidoras/es técnico-administrativas/os (TAES) e estudantes de graduação e pós-graduação.
Para Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional das/dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), sem o movimento grevista, nenhum tipo de movimentação por parte do Governo Federal seria realizado. “As verbas ainda não alcançam a integralidade daquilo que foi iniciado pelo nosso movimento e precisam ser majoradas. Há investimentos futuros que devem ser objetos de nossa atenção, haja visto que não foram sequer detalhados para reitoras/es, quem dirá para o movimento grevista e público em geral”, destacou.
O anúncio do Governo Federal é uma resposta à pressão que o movimento grevista tem feito no sentido de maiores investimentos nas instituições federais de ensino. No entanto, é necessário que tal movimentação seja analisada com cautela, uma vez que as atuais instituições carecem de investimentos e recursos, e que a expansão poderá ser alinhada à privatização e à precarização.
Sobre a expansão do campus UFSCar
Em nota, a UFSCar confirmou que no plano de expansão das universidades federais, proposto pelo Governo, um dos novos campi previstos é para o estado de São Paulo, no município de São José do Rio Preto e que a implementação seja feita a partir da UFSCar. Nos próximos dias, ocorrerá uma reunião do MEC com a Reitoria para análise das condições necessárias à concretização e, a partir desse detalhamento, a demanda será encaminhada para debate junto à comunidade universitária e deliberação pelos órgãos colegiados.
Negociações
Na tarde de hoje (11), ocorrerá a reunião de negociação com as/os representantes das/dos TAES, e na sexta-feira (14), com as/os representantes das/dos docentes. Até o presente momento, o Governo Federal tem mantido sua postura intransigente com as pautas levadas pelo Sindicato Nacional das/dos Servidoras/es Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE) e com o ANDES-SN.
As mesas de negociação agendadas nesta semana são fruto dos últimos eventos de pressão, por parte dessas organizações, aos representantes do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), envolvendo a ocupação no prédio do ministério, as manifestações em Brasília e a própria articulação da greve nacional desde a base, com dezenas de instituições de ensino paralisadas.
A mobilização continua
Enquanto ocorrem as negociações em Brasília (DF), as mobilizações das diferentes categorias continuam sendo realizadas dentro e fora das universidades. Na UFSCar, o Comando Unificado de Greve das quatro categorias iniciou a semana com a realização de um café da manhã no prédio da Reitoria, no campus São Carlos, em um ato simbólico promovido ontem (10), pela ADUFSCar em conjunto com o sindicato das/dos TAES (SINTUFSCar), durante a reunião do Governo Federal com as/os reitores das IFES.
Nesta terça-feira (11), estudantes, TAEs e docentes participaram de um passeio ciclístico seguido de roda de conversa, e também teve panfletagem no centro da cidade (arreadores da Praça XV de Novembro) e uma pedalada. Ainda durante a tarde de hoje, aconteceu no centro de Sorocaba, uma panfletagem na Praça Coronel Fernando Prestes apresentando a Universidade, as pautas da greve e discutindo o papel social da UFSCar.
Passeio ciclístico no campus São Carlos foi organizado pelo coletivo Pedal/UFSCar
Panfletagem e diálogo com a população no centro de São Carlos
Em Sorocaba, também cocorreu panfletagem e diálogo com a população
Participe das Atividades de Greve!
Amanhã, quarta-feira |(12), às 9h30, o SINTUFSCar promoverá uma assembleia e ato em homenagem a Zé Luiz e Rosa Sundermann, diante dos 30 anos de assassinato do casal, que lutou em defesa da educação e dos direitos sociais e trabalhistas. O evento ocorrerá no saguão do sindicato, localizado no campus São Carlos.
Na quinta-feira (13), em Araras acontecerá plenária multicategoria das/os docentes e TAEs, em dois horários: às 14h, na sede temporária da ADUFSCar e às 19h, na sala 8A. No dia seguinte, 14 de junho, terá panfletagem na Praça Barão de Mauá, a partir das 14 horas.
No campus São Carlos, também na sexta-feira, a ADUFSCar realizará uma aula pública com o tema “Cadê o dinheiro da Universidade? Reflexões sobre política institucional e educação pública”, com a presença da ex-aluna da UFSCar e atualmente deputada federal, Erika Hilton (PSOL). A atividade terá início às 14h, na Tenda da Greve (Praça da Bandeira).