A Diretoria da ADUFSCar realizou na segunda-feira, 22 de abril de 2024, assembleia setorial presencial no campus de Araras para tratar da greve nacional das/os servidoras/es da educação. Representando a Diretoria da entidade, a profa. Nataly Lopes (2ª Secretária); o representante de campus, prof. Marco Antonio dos Santos Farias; e o prof. André Farias de Moura (1º Secretário) dialogaram com as/os professoras/es sobre os últimos acontecimentos do movimento grevista no país e da reunião da Mesa Nacional de Negociação com o Governo Federal, na sexta-feira (19).
O movimento de greve das/os docentes do ensino superior federal se encontra cada vez mais fortalecido. Já são 24 universidades com docentes em greve, e outras nove com indicativo de paralisação.
Durante sua fala, o prof. André comentou sobre o processo de reincorporação da ADUFSCar enquanto seção sindical do ANDES-SN e detalhou como o novo regimento prevê o funcionamento da assembleia da categoria, a ser realizada conjuntamente entre os campi, de forma simultânea e presencial, na tarde da próxima segunda-feira, 29 de abril. Em relação à mesa de negociação, considerou que não houve nenhuma proposição significativa por parte do governo. “As propostas foram sendo modificadas a cada mesa de negociação. E em todas elas o governo foi intransigente com relação ao aumento salarial para este ano. Num primeiro momento, o governo defendeu 0% de reajuste em 2024, 4,5% em 2025 e outros 4,5% em 2026. Dentre os problemas desses valores, está a própria inflação, projetada pelo atual governo, que mal cobriria o fim do seu mandato”, argumentou.
O diretor da ADUFSCar destacou ainda que se por um lado o governo se nega a negociar o reajuste salarial, por outro insere a proposta de certos benefícios — “penduricalhos” —, como auxílio creche e auxílio alimentação. Segundo o prof. André, o que aconteceu de significativo entre a terceira e a quarta mesa de negociação — atribuído à força da greve das/dos servidoras/es técnico-administrativas/os (TAES), às/aos servidoras/es dos Institutos Federais (IFs) e à greve parcial das/dos colegas docentes do ensino superior federal —, foi o desvinculamento desses auxílios, que são penduricalhos, da antiga proposta de reajuste salarial. No que o Governo Federal tem dito, o recebimento desses auxílios, a partir de maio, ocorreriam de forma desvinculada do reajuste. “O governo ainda insiste em um não-reajuste em 2024, mas apontou que em janeiro de 2025 já haveria um novo reajuste, mais significativo. Mas nós ainda enxergamos como problemático porque o valor cobriria os quatro anos do mandato de Lula (PT), mas não as perdas acumuladas dos governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL), que foram calculadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)”.
Além da recomposição salarial
As/os docentes do campus de Araras debateram sobre a importância do Governo Federal considerar, para além da pauta salarial da categoria, as demandas que o movimento grevista tem feito com relação às melhores condições de trabalho, à permanência estudantil e à recomposição orçamentária para a educação.
Outra questão colocada durante a discussão foi a proposta do Governo Federal de expandir os Institutos Federais e criar bolsas para pesquisadoras/es que estão no exterior. Isso tem sido visto como grandes propagandas com relação aos investimentos federais em educação, ciência e tecnologia, mas o que se nota, nas instituições que já existem, é uma carência orçamentária que impacta diretamente no ensino, na pesquisa, na extensão e na permanência, pauta que também foi reafirmada pelas/os estudantes que estiveram presentes na assembleia setorial e que se manifestaram.
As/os docentes presentes comentaram ainda sobre a importância em combater às desinformações que circulam nos grupos de WhatsApp, reconhecendo a ADUFSCar como lugar seguro para a obtenção das informações e para as discussões. Para a profa. Nataly Lopes, essa preocupação reforça que a entidade tem agido corretamente na priorização de seus canais oficias de comunicação para informar às associadas/os, além da condução de todo o processo de debate nos campi. “A partir desse diálogo com as/os docentes e discentes, um aspecto que marca uma proposta de Araras é que caso a greve na UFSCar seja aprovada, que essa esteja condicionada a um formato de paralisação que acompanhe esforços e ações conjuntas com as diversas categorias, como técnicas/os administrativas/os, estudantes, professoras/es da educação básica, ativistas da cidade, com atividades que envolvam a sociedade em geral”, avaliou.
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