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BOLETIM CAMPANHA SALARIAL | ADUFSCar realiza assembleia setorial no campus São Carlos

BOLETIM CAMPANHA SALARIAL | ADUFSCar realiza assembleia setorial no campus São Carlos

No dia de ontem, 25 de abril, as/os docentes da UFSCar e Instituto Federal do campus São Carlos, tiveram a oportunidade de discutir e analisar os últimos acontecimentos em torno da greve nacional das/dos servidoras/es do ensino federal, feita por docentes e servidoras/es técnico-administrativas/os (TAEs) de universidades e Institutos Federais (IFs). A partir do encaminhamento da Assembleia Geral da categoria em 27 de março, a Diretoria da ADUFSCar tem realizado reuniões e assembleias setoriais nos campi para aprofundar o debate com as/os professoras/es.

Conforme dados disponibilizados pela Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e pelo Sindicato Nacional das/dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), são 67 universidades com TAEs em greve e 28 com docentes, além de outras nove instituições com indicativo de paralisação das atividades. Soma-se a esses números o conjunto de 520 unidades do IF, segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

Negociações nacionais
As tentativas de negociação com o Governo Federal têm sido realizadas desde março deste ano. Embora o governo esteja recuando, concedendo alguns benefícios e flexibilizando sua postura com relação aos valores do reajuste salarial, na última mesa de negociação, realizada no dia 19 de abril, não houve avanço significativo com relação à pauta salarial e ao reajuste para o ano de 2024. De acordo com o prof. Marcos de Oliveira Soares, vice-presidente da ADUFSCar e coordenador do Comitê de Mobilização, a última reunião de negociação terminou num impasse, as entidades não concordaram com o governo, e o governo não atendeu às reivindicações da categoria.

O vice-presidente da ADUFSCar destacou que em paralelo às mesas de negociação salarial, o Governo Federal também tem dialogado com reitoras/es para tratar do reajuste orçamentário às instituições da rede de ensino federal. Todavia, além das promessas, ainda não existe nenhuma proposta concreta sobre o tema.

Até o momento, a UFSCar ainda não faz parte do mapa da greve nacional das/dos servidoras/es do ensino federal. A proposta da Diretoria da ADUFSCar é que a categoria se some à mobilização, pautando não apenas o reajuste salarial e a recomposição orçamentária das universidades, mas também a criação de políticas que ampliem os programas de permanência estudantil, pelo posicionamento contrário à PEC 32 e pela garantia da autonomia universitária, pelo fim da contribuição previdenciária às/aos docentes aposentadas/os e pensionistas, e pela revogação do novo ensino médio (NEM).


Calendário acadêmico
Durante a assembleia setorial, foram realizadas 16 inscrições para o debate. O encontro contou com aproximadamente 60 participantes em seu pico de presenças. A evasão estudantil e o atraso do calendário acadêmico por conta da realização da greve foi uma das preocupações das/dos docentes que estiveram  na assembleia setorial. Um professor comentou: “Durante a greve é possível que as/os estudantes de classes mais baixas saiam da Universidade. Esse é meu receio”. Outro docente comentou: “Depois de tanto tempo, eu também gostaria que pudéssemos ter um calendário normalizado. Mas a atual conjuntura aponta para outra direção. Temos, agora, um cenário de maior possibilidade de reivindicação do que antes”.

A realização de greve durante o governo Lula da Silva (PT), e não durante o governo Jair Bolsonaro (PL), também foi ressaltada por alguns professores, que veem a greve durante o atual governo como uma contradição política. Nesta direção, um docente justificou: “Antes, nossa luta era pela defesa da democracia, em defesa da educação e da universidade pública. Agora nossas lutas podem ser outras”. Outro docente complementou: “Nenhum governo deve ver o funcionalismo público como adversário, mas como aliado, para que ele permaneça. Nossa disputa é pelo orçamento público, e isso não é contra o Governo Federal, mas contra essa política econômica que está sendo empreendida, que favorece a política do centrão, no Congresso Nacional”.

Três docentes relataram que diante da atual precarização da Universidade, já existe atraso acadêmico e evasão estudantil. Uma delas disse: “A situação que vemos com nossos alunos é lamentável. As/os TAES estão com a saúde psicológica afetada por conta das condições de trabalho. Nós precisamos amadurecer o debate de como a UFSCar está ou não funcionando para que as/os colegas entendam o que está em jogo com essa greve”. Outro professor relatou: “Em meu departamento, há algo na ordem de 30% das disciplinas afetadas pela falta de investimento público. Isso quer dizer que muitos estudantes terão sua graduação prolongada por falta de recursos institucionais. O calendário acadêmico, nessa perspectiva, já está sendo afetado — mas pela falta de recursos públicos”.

Mobilização da comunidade acadêmica
Um dos participantes ressaltou que o atual esforço da categoria deve ser voltado para a mobilização das/dos colegas para debater as pautas e participarem da assembleia conjunta. Algumas/uns docentes comentaram que a greve também é uma atividade formativa da qual a comunidade estudantil pode fazer parte. Um deles comentou: “É o momento de pensarmos quais as estratégias de mobilização que fazem sentido para nossa realidade. Na minha opinião, temos que levar em conta a inclusão de estudantes em nossas atividades de mobilização, com ou sem greve. Com a presença de estudantes, nossas atividades terão muito mais sentido”. Essa preocupação com a importância de se pensar novas propostas de mobilização também foi ressaltada por outras/os docentes, que sugeriram aulas públicas e manifestações de rua, além de paralisações espaçadas como alternativa à greve.

Próximos passos 
Na próxima segunda-feira, 29, às 17 horas (em 1º convocação), será realizada a assembleia deliberativa da categoria. O evento será setorial e presencial, ou seja: as/os docentes deverão se deslocar às subsedes da ADUFSCar em seus respectivos campi, e participarem presencialmente do debate e da votação. No caso das/dos docentes da UFSCar e do IFSP – São Carlos, a assembleia será realizada no Anfiteatro Bento Prado Júnior, localizado na Área Norte do campus.

A participação presencial é uma novidade na prática sindical das/dos docentes da UFSCar, e isto se dá por conta da reincorporação da ADUFSCar como seção sindical no ANDES-SN, que não prevê a consulta eletrônica como instrumento de deliberação máxima — prática que anteriormente era adotada pela entidade — em seu Estatuto.

 

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