A Assembleia Geral (AG) virtual realizada ontem, 27 de março, que teve como ponto de pauta único “Campanha salarial: Discussão sobre mobilização em 03 de abril de 2024 e proposta de construção de greve”, reuniu mais de 200 associadas/os que, de forma democrática, iniciaram a discussão sobre essas questões.
Para avaliação e debate em torno da pauta, a presidenta da ADUFSCar, profa. Fernanda Castelano Rodrigues, abriu a AG esclarecendo que o principal objetivo neste momento é aprofundar a discussão sobre a proposta de greve e intensificar a mobilização das professoras e dos professores da UFSCar e do IFSP campus São Carlos em torno da pauta atual de reivindicações do movimento de docentes federais. Destacou que haverá um processo de mobilização realizado em etapas, com reuniões setoriais presenciais em todos os campi e posteriormente, quando a discussão estiver avançada, a adesão ou não da ADUFSCar à greve que está sendo encaminhada pelo ANDES-SN ocorrerá uma AG presencial, nos moldes indicados pelo Sindicato Nacional.
O vice-presidente, prof. Marcos Soares, fez um breve resumo das negociações que estão ocorrendo entre o governo e a bancada sindical do serviço público e apresentou o calendário de mobilização do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) para o mês de abril, que inclui como Dia Nacional de Mobilização e Paralisação em defesa do serviço público federal e pela recomposição salarial. O calendário também prevê atividades em Brasília entre os dias 16 e 18 de abril, com realização de audiência pública na Câmara dos Deputados, caravana e marcha de servidoras e servidores.
Na sequência, as intervenções das/os associadas/os que se inscreveram foram no sentido de comentar a conjuntura e os desafios que estão colocados para o funcionalismo público em geral; a importância de fortalecer a mobilização; o direito de greve; as perdas salariais históricas da categoria; as questões de saúde mental da comunidade universitária; a luta pela recomposição do orçamento das universidades e institutos federais; a greve das/os servidoras/es técnica/o-administrativas/os (TAEs). Várias manifestações apontaram que uma greve só pode ser construída com expressiva participação e foram muitas as sugestões para a realização de ações para a mobilização dos docentes, o diálogo com as demais categorias da comunidade universitária e com a sociedade em geral sobre a pauta de reivindicações do movimento. Uma preocupação manifestada foi o possível impacto de uma greve no atual calendário acadêmico da UFSCar, já alterado por conta da pandemia e em descompasso com o de outras universidades e escolas. Alguns docentes também manifestaram preocupação com a imagem da universidade e das/os docentes perante a sociedade, no caso de adesão a uma longa greve. Finalmente, várias/os docentes elogiaram o método que a Diretoria propôs para conduzir esse processo, pautado na escuta e no diálogo, enfatizando a responsabilidade e o comprometimento em respeitar e executar o que for decidido pela categoria, democraticamente.
Confira os encaminhamentos da Assembleia Geral da ADUFSCar
1) Recomposição do Comitê de Mobilização Docente da ADUFSCar, com o objetivo de discutir e analisar as propostas apresentadas pelas associadas/os nas assembleias e reuniões; e planejar ações de mobilização e participação da entidade na luta em torno da Campanha Salarial;
2) Construção da Plenária Multicategoria em conjunto com as entidades representativas que compõem o Comitê Multicampi de Lutas UFSCar (DCE, APG, SINTUFSCar e ADUFSCar) para fortalecer as ações unificadas e manter mobilização permanente em torno das pautas de comum interesse. A proposta é que essa Plenária ocorra no dia 03 de abril como ação do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das/os Servidoras/es Públicas/os Federais;
3) Mobilização para ida a Brasília-DF para participação da marcha que acontecerá no dia 17 abril, convocada pelo Fonasefe e entidades sindicais;
4) Calendário de Assembleias setoriais presenciais nos campi, entre os dias 15 e 25 de abril, que será amplamente divulgado entre todas/os as/os associadas/os, com a finalidade de aprofundar o debate para posterior deliberação.
Informes Gerais – Reincorporação ao ANDES-SN
A Assembleia Geral contou com a presença do presidente do ANDES-SN, prof. Gustavo Seferian Scheffer Machado, para dialogar sobre a homologação da reincorporação da ADUFSCar ao Sindicato Nacional, ocorrida durante o 42º Congresso do ANDES, em Fortaleza, entre os dias 26 de fevereiro e 1 de março. Durante sua fala, enalteceu todo o processo que culminou na deliberação. Tal processo, segundo ele, “foi conduzido com cautela, profundo debate e participação massiva das/os docentes que decidiram pelo retorno à entidade nacional”.
Sobre a proposta de construção da greve, destacou a importância da jornada de mobilização que acontecerá no mês de abril, que representa uma intensificação das mobilizações que já estão em curso no país, dentre essas, a paralisação das/os servidoras/es técnica/o-administrativas/os (TAEs). “Embora o Congresso do ANDES tenha apontado a importância de construir uma greve, ela não se constitui a partir de uma estrutura verticalizada ou por decreto, a greve enquanto ferramenta para o conjunto das categorias precisa ser construída nas nossas bases, nas nossas assembleias, em momentos como esse, para que em um momento futuro possa se ter deliberação no sentido da sua deflagração ou não”, explicou.
>>> Clique aqui e assista a fala do presidente do ANDES, prof. Gustavo Seferian Scheffer Machado
Informes Gerais – Greve das/os técnicas/os administrativas/os da UFSCar
A coordenadora geral do SINTUFSCar, Vânia Gonçalves, também participou da AG, na qual atualizou as/os docentes sobre a greve das/os técnicas/os administrativas/os da UFSCar iniciada em 11 de março, em adesão à paralisação nacional da categoria no contexto da Campanha Salarial e do indicativo de reajuste zero em 2024 para servidoras/es públicas/os federais. De acordo com ela, o movimento grevista está crescendo e o objetivo é unificar a luta com as demais categorias da Educação. Dentre os motivos que resultaram na paralisação, estão a iniciativa do governo federal em priorizar carreiras que já tinham salários maiores e diferenciados em relação a carreiras que estão com salários defasados há muito mais tempo, além do descaso com a pauta de reivindicação da categoria na Mesa Nacional de Negociação.
>>> Clique aqui e assista a fala coordenadora geral do SINTUFSCar, Vânia Gonçalves