A presidenta da ADUFSCar, professora Fernanda Castelano Rodrigues, participou nesta semana do Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina, representando a Diretoria de Direitos Humanos do Proifes Federação e a ADUFSCar. Promovido pela Internacional da Educação América Latina (IEAL), o encontro aconteceu na cidade de San José, Costa Rica, entre os dias 24 e 26 de julho de 2023.
O primeiro dia do encontro foi dedicado à análise da conjuntura social e política dos países da região, realizadas por companheiras de sindicatos latino-americanos de trabalhadoras e trabalhadores da Educação presentes: Honduras, El Salvador, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Paraguai, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
A professora Fernanda Castelano foi uma das duas pessoas que apresentaram a conjuntura brasileira, juntamente com a professora Berenice D’Arc Jacinto, Secretária de Relações de Gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação do Brasil (CNTE). Em sua análise, a professora Fernanda destacou que a vitória de Lula em 2022 foi um passo fundamental para quebrar o ciclo de retrocessos no Brasil e na América Latina, mas não extinguiu o funcionamento social fascista do país, um dos fortes legados do processo de colonização que marca a história da América Latina.
Nesse sentido, o governo do presidente Lula tem sido caracterizado como “em disputa” e tem como desafio governar com a presença de deputados e senadores de centro, direita e ultradireita no parlamento, o que exige manobras e acordos – às vezes prejudiciais para um projeto progressista – para garantir a governabilidade. Por outro lado, ressaltou a importância da retomada e da criação de alguns ministérios, como o da mulher, dos direitos humanos e dos povos originários.
Em sua fala, a professora também apontou para os perigos do avanço da privatização e mercantilização da educação, em particular no ensino superior, com as altas porcentagens de matrículas em instituições privadas e cursos a distância.
Por fim, a professora destacou a importância da participação e da união das mulheres para a transformação das sociedades latino-americanas e fez um chamamento à participação de todas as mulheres trabalhadoras brasileiras na Marcha das Margaridas, que acontecerá em Brasília nos dias 15 e 16 de agosto.
No segundo dia, a deputada estadual de Goiás, professora Bia de Lima, presidenta do sindicato e da CUT Goiás compartilhou suas experiências como mulher sindicalista e deputada em um dos estados mais conservadores do Brasil. Também aconteceu o lançamento do Observatório da Igualdade de Gênero da IEAL, Sumemos Igualdad (http://www.sumemosigualdad-ieal.org),, “”) que pretende ser um espaço para visibilizar a ação sindical realizada por mulheres na América Latina e contribuir com a politização das reivindicações das mulheres trabalhadoras da educação na região. Ademais, tiveram lugar duas oficinas: uma sobre comunicação para mulheres sindicalistas e outra sobre a importância da música na vida cultural e política dos sindicatos.
Finalmente, no terceiro e último dia do encontro, foram apresentados os dados sobre privatização e mercantilização da educação coletados pelo Observatório Latino-americano de Políticas Educativas (https://www.observatorioeducacion.org/),, “”) também coordenado pela IEAL.
A presidenta da ADUFSCar avalia que a participação nos eventos e reuniões da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina é fundamental para a formação político-sindical de mulheres que ocupam espaços de liderança. Nessas ocasiões, segundo ela, por meio do compartilhamento de experiências e conhecimentos sobre as políticas de gênero e de promoção da igualdade que estão sendo construídas nos sindicatos da região, as mulheres que participam da vida e do cotidiano dos sindicatos se fortalecem e empoderam para seguirem na luta por uma sociedade que reconheça e respeito seus direitos.