Em maio deste ano, a Reitora da UFSCar, profa. Ana Beatriz de Oliveira, presidiu a reunião do Conselho Universitário (ConsUni), que aprovou a criação de dois memoriais propostas pela atual Administração Superior da UFSCar: um pelas vítimas da COVID-19, para manter a memória tanto das questões sanitárias quanto das questões políticas que a pandemia nos impôs, outro pelos dois reitores eleitos e que não foram empossados da história da UFSCar (Willian Saad Hossne, em 1983, e Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, em 2020), como forma de marcar os atentados contra a autonomia universitária. Durante a reunião, um terceiro memorial, esse em defesa dos movimentos estudantil e sindical e da democracia, foi proposto pela Diretoria da ADUFSCar em nome do Comitê Multicampi de Lutas, formado pelas entidades representativas das categorias da UFSCar, e também aprovado pelo ConsUni.
De acordo com a Reitora, a aprovação dos três memoriais é um resgate da história de luta da UFSCar que nos anos 80 não aceitou a imposição de um reitor/interventor, e que sempre reconheceu e defendeu a importância dos movimentos estudantil e sindical. “Nesse sentido, a proposta da ADUFSCar de criar um memorial em defesa dos movimentos estudantil e da democracia, foi muito coerente com as duas propostas que já tinham sido apresentadas para o Conselho. Sem dúvida os três memoriais em conjunto, marcarão o que foi a história do Brasil e a história interna da UFSCar nos últimos anos. Período que tivemos nossos processos democráticos desrespeitados e desgastados”.
Para a profa. Ana Beatriz, não apagar esses registros da memória, nos ajudam a lutar e a defender uma universidade plural e democrática, que reconhece a importância do sindicato, dos coletivos. “Me orgulho muito de ter presidido o Conselho Universitário, no ato de aprovação desses três memoriais. Hoje estou representando a UFSCar como dirigente, mas sempre participai ativamente do processo de luta, da organização interna e defesa da universidade nos processos democráticos. Sempre foi muito desgastante, mas sempre valeu muito a pena lutar pela democracia na UFSCar”.
Relembre
A proposta para a criação do memorial em defesa em defesa dos movimentos estudantil, sindical e da democracia surgiu porque, pela primeira vez na história da UFSCar, a gestão da reitoria de 2016-2020 agiu no sentido de criminalizar o movimento estudantil, processando judicialmente sete de suas lideranças. “Nós da ADUFSCar e o SINTUFSCar, enquanto entidades sindicais que reconhecem seu papel social, histórico e político, e com a aprovação da nossa base, auxiliamos no que pudemos na campanha de defesa desses estudantes. Mas toda a comunidade da UFSCar precisa saber, hoje e no futuro, que isso não podia ter acontecido, não pode mais acontecer. Por esse motivo é tão importante deixar registrado esse momento, que macula toda a história dos movimentos democráticos da UFSCar”, explicou a profa. Paula Serrão, que representou a ADUFSCar na reunião do ConsUni que aprovou as propostas.
De acordo com 1ª tesoureira do Sindicato, o memorial representa um registro na história da Universidade e das entidades de categoria de que, nos seus processos democráticos internos, houve um ponto de inflexão que nunca mais deverá se repetir. “Essa aprovação é um marco em defesa da liberdade da organização dos movimentos e pela democracia”, afirma a tesoureira do Sindicato.