Quando um ministério começa a ser formado é comum que haja pressão por setores da sociedade por nomes ou figuras específicas. A boa novidade na formação do ministério do governo Lula é a pressão de movimentos sociais por um aumento de representatividade de gênero, raça e etnias indígenas na equipe. Ao anunciar seus primeiros ministros, o próprio Lula citou a ausência de diversidade entre os indicados, mas acenando para uma maior diversidade entre as próximas nomeações.
“Vai chegar uma hora em que haverá mais mulheres que homens aqui e a participação de muitos companheiros afrodescendentes”, disse Lula ao anunciar os primeiros nomes do seu governo. A frase foi um indicativo das pressões que o presidente eleito tem recebido de movimentos sociais representativos, do PT, de apoiadores nas redes sociais e até da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja.
A expectativa é que haja mais mulheres, e elas ocupem também ministérios-chave no governo. Os três ministérios com os maiores orçamentos no próximo ano (se aprovada na Câmara a PEC da transição) devem ser chefiados por mulheres. Para a pasta do Desenvolvimento Social a senadora Simone Tebet (MDB-MS), aliada da campanha no segundo turno, é uma das cotadas. Na Educação, o nome mais forte é de Izolda Cela, especialista em educação e nordestina.
Para o Ministério da Saúde o nome mais forte é da presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade. Sob sua gestão, a Fiocruz teve papel fundamental no combate e na vacinação contra a covid-19. Se seu nome for confirmado, será a primeira vez que uma mulher comandará a pasta.
Para o Ministério da Cultura também é dada como certa a nomeação da cantora Margareth Menezes. A professora de Economia da UFRJ Esther Dweck, secretária de Orçamento Federal no governo Dilma, é um dos nomes cotados para o Planejamento. A secretária de Fazenda de Goiás, Cris Schmidtt, também disputa a vaga.
Há ainda a probabilidade da deputada eleita Sônia Guajajara ou da deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) serem convidadas para o Ministérios dos Povos Originários, promessa de campanha de Lula. No Meio Ambiente, a disputa parece ser entre duas ex-ministras, Marina Silva e Izabella Teixeira.
É importante que haja uma maior representatividade na sua equipe, e melhor ainda que a cobrança por essa representatividade venha da sociedade.
A representatividade de gênero e raça na Ciência é um dos eixos de atuação do Observatório do Conhecimento. Este ano nós lançamos o documentário “Ciência: luta de mulher”, que conta a história de quatro pesquisadoras de diferentes lugares do Brasil. O filme está disponível no YouTube.
Do Observatório do Conhecimento