Nota da diretoria da ADUFSCar sobre deliberações das Assembleias estudantis de 08/12/22
A Diretoria da ADUFSCar manifesta sua solidariedade à categoria estudantil da UFSCar que, reunida no dia 08 de dezembro de 2022 em Assembleias conjuntas do DCE Livre UFSCar e da APG UFSCar, deliberou por realizar diferentes atividades de mobilização nos quatro campi com o objetivo de denunciar os sucessivos bloqueios no orçamento da Educação e da Ciência e Tecnologia que impactam o cotidiano da Universidade.
Este movimento foi motivado pelo sequestro de recursos anunciado na semana passada, que atingia de maneira inédita o pagamento de bolsas de iniciação científica, residência médica e pedagógica e até mesmo de bolsas de permanência – moradia e alimentação. Mesmo que diante da organização e da reação social, principalmente das entidades estudantis, também esse bloqueio tenha sido revertido, a decisão tomada pelas/os estudantes da UFSCar visa manter a população informada e a categoria mobilizada na tentativa de garantir que não haja medida semelhante que comprometa o pagamento das bolsas a ser recebido em janeiro de 2023.
Nesta última terça-feira, 13 de dezembro, a ADUFSCar participou de Audiência Pública contra os cortes na educação promovida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Juntamente com o estudante Raul Amorim, diretor do DCE Livre UFSCar, nossa representante nessa sessão, a profa. dra. Monica Stival, ressaltou que os sucessivos bloqueios e cortes que vêm ocorrendo se constituem em ataques à democracia na Universidade, na medida em que são tentativas de frear o processo de ampliação da representatividade da população brasileira nesse espaço. Conquistada ao longo dos anos, a presença da diversidade em termos de raça, classe social e gênero no Ensino Superior está sendo posta em xeque por essas políticas de restrição orçamentária, em particular quando elas atingem as bolsas que garantem a permanência estudantil.
A professora mencionou o volume de perdas no Orçamento do Conhecimento desde 2015, que pode chegar a R$ 129 bilhões se não forem realizadas emendas na PLOA aprovada para 2023, que prevê a destinação de R$ 17 bilhões para Ciência, Tecnologia e Educação Superior. Para iniciar um processo de recomposição das perdas acumuladas, seria preciso uma previsão orçamentária de R$ 25 bilhões. Monica explicou que, em ação realizada pelo Observatório do Conhecimento no Congresso Nacional em novembro, na qual ela esteve presente representando a ADUFSCar, teve a oportunidade de conversar com o senador Marcelo Castro (MDB/PI), relator da Comissão Mista de Orçamento, e afirma haver uma expectativa positiva sobre as possibilidades de recomposição para o próximo ano.
A ADUFSCar se soma às reivindicações pelo financiamento público da Educação, pelo direito à Educação Superior, pelo pagamento das bolsas a estudantes e pela urgente recomposição do orçamento de Ciência, Tecnologia e Educação e convoca a categoria docente a respeitar as deliberações tomadas pelas Assembleias estudantis em cada campus da UFSCar e a se engajar nessa luta que é de toda a sociedade brasileira.