Com o tema central “Só o ANDES-SN nos representa: dos locais de trabalho às ruas contra a criminalização das lutas”, o 43º Congresso do Sindicato Nacional foi realizado entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, em Vitória (ES). Organizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes – Seção Sindical do ANDES-SN), o evento reuniu representantes de todo o país para debater temas fundamentais à categoria, com foco na defesa dos direitos e no fortalecimento da luta sindical. Durante os cinco dias, 467 delegadas/os e 128 observadoras/es, além de 34 diretoras e diretores do ANDES-SN participaram das atividades, discussões e votações que atualizaram os planos de luta geral e dos setores das Federais (Ifes) e Estaduais, Municipais e Distrital (Iees, Imes e Ides).
A delegação da ADUFSCar contou com 12 integrantes: Fernanda Castelano (delegada indicada pela Diretoria), Aldenor da Silva Ferreira, Joelson Gonçalves de Carvalho, Luiz Bezerra Neto, Marcio Peron Franco de Godoy, Maria Cristina dos Santos, Róbson Pereira da Silva, Paula Regina Mendes da Silva Serrão e Wilson Alves Bezerra (delegadas/os titulares) e Aluisio Finazzi Porto, Cesar Alves Ferragi e Daniel Vendrúsculo (observadores/suplentes).
Na semana passada, após reunião de avaliação sobre a participação da ADUFSCar na atividade, a profa. Fernanda Castelano destacou que as/os docentes enfatizaram a necessidade de fortalecer a participação da entidade nas instâncias do ANDES, em particular nos grupos de trabalho, para consolidar a relação com o Sindicato Nacional. As/os integrantes da delegação reconheceram que a experiência foi um aprendizado não apenas sobre o funcionamento do ANDES, mas também sobre questões que impactam no cotidiano.
Dentre as análises das/os docentes participantes, apareceram falas no sentido de que a categoria passou por um processo de despolitização nos últimos anos e agora é possível retomar uma pouco da rotina de debates e discussão política no âmbito sindical e também da conjuntura nacional, internacional. “Nosso Sindicato foi muito instrumentalizado e dirigido para questões especificamente trabalhistas, de carreiras e salário, e atualmente estamos no momento em que é preciso ampliar essa discussão. Isso é um movimento que vai reunindo diferentes intenções, porquê um tem a ver com o retorno ao ANDES e o outro tem a ver com o reposicionamento histórico e politico que a ADUFSCar está. Esse reposicionamento de ter a extrema direita de volta, ter que fazer um enfrentamento no Brasil e no exterior de uma situação que há 10 anos a gente não imaginava, também nos coloca na obrigação de retomar essa trajetória, que em outros momentos nos desviou”, avalia a presidenta da entidade.
No que diz respeito à mobilização e envolvimento da categoria nos debates promovidos pela ADUFSCar, as/os delegadas/os avaliam como fundamental a realização de formações sindicais, debates de análise de conjuntura com convidados, a fim de politizar, ampliar e fortalecer a participação das/os docentes na entidade sindical. Nesse sentido, a proposta é iniciar a promoção dessas atividades já no mês de março.
Deliberações do Congresso
O ANDES-SN divulgou na última sexta-feira (06), a Carta de Vitória. O documento traz uma síntese deliberações do 43º Congresso do Sindicato Nacional, realizado de 27 a 31 de janeiro, na Universidade Federal do Espirito Santo (Ufes). A carta, redigida pela secretária-geral do Sindicato, Francieli Rebelatto, destaca alguns momentos do Congresso como o debate sobre a política de memória, verdade, justiça e reparação em diferentes instâncias do sindicato, a continuidade da campanha “Sou docente antirracista!”, com foco na reparação das vagas para docentes nas instituições de ensino superior, a partir da Lei n. 12.990/2014.
O documento ressalta também, entre outras deliberações, a reafirmação da defesa da destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil exclusivamente à educação pública e da necessidade da revogação imediata do Novo Arcabouço Fiscal (NAF), mecanismo de austeridade e grande obstáculo à ampliação dos recursos destinados à educação.
A campanha “Lutar não é crime”, que foi oficialmente lançada durante o 43º Congresso, também mereceu menção. As e os participantes realizaram um protesto, durante o evento, contra a criminalização da greve da educação federal de 2024 e contra o ataque da reitoria da Ufes à seção sindical (Adufes SSind.).
A Carta pontua ainda o processo eleitoral para a próxima diretoria do Sindicato Nacional, iniciado durante o 43º Congresso. Quatro chapas foram apresentadas aos e às participantes, e seus integrantes terão até o dia 13 de março para concluir a inscrição da nominata completa. As eleições ocorrem entre os dias 7 e 8 de maio. >>> Acesse aqui o documento.
